04 fevereiro 2007

Estamos em casa!

O trajeto

Fonte: Googlemaps

Chegamos muito bem. Felizmente, sem um pneu furado ou problema mecânico!!! Não fosse a Regis Bittencourt, sentido Curitiba-São Paulo (tá vergonhosa e perigosa!) e a viagem teria sido perfeita. Fomos e voltamos ao Chile numa viagem de cerca de 10 mil quilômetros do Rio de Janeiro até Vinã del Mar a bordo do nosso Fiat Palio 1.3 flex ano 2005.

Abraços.

02 fevereiro 2007

Caminho de casa...


Estamos no meio do caminho. Saímos de Mendoza na terça e dormimos em San Justo, Provincia de Santa Fe. Percorremos mais de 1.000 km. Ontem (quarta) viajamos menos: uns 800 Km e chegamos à noite na cidade de Posadas, Provincia de Misiones. Já estamos no nordeste da Argentina, naquele "chifrinho" que faz fronteira com o Brasil. Fica há uns 300 Km da fronteira, próximo à Foz do Iguaçu.
Saímos da região do chaco, paisagem caracterizada por longas e alagadas planícies. Em Misiones a paisagem já se modifica bastante. A vegetação ganha corpo, o relevo fica mais ondulado e já sentimos aquele calor úmido característico do clima subtropical.

Antes de seguirmos viagem em direção à Posadas, paramos para conhecer a cidade de Corrientes (322 Km de Posadas). Após atravessar a imponente ponte General Belgrano, vindo de Resistencia. Corrientes é uma cidade muito simpática que fica às margens do rio Parana (em espanhol é sem acento mesmo). Resistencia e Corrientes são separadas pelo rio, que parece mar de tão largo. Na Avenida Costañera pudemos apreciar a orla que se estende às margens do Parana. Existem quiosques, bares e restaurantes. É a "praia" de Corrientes.

Depois de passear um pouco pela Costañera, subimos à direita em direção ao centro e na Peatonal Junín, 918 encontramos o estiloso restaurant Bon Vivant . Ao chegarmos fomos atendidos pelo simpatissíssimo Bruno, gerente do restaurante, que logo providenciou uma generosa Haineken de 1 litro no baldinho de gelo, além das incomparáveis empanaditas de vários sabores e uma porção de surubim com temperos regionais, pescado ali mesmo no rio Parana... foi um excelente pit stop.

Hoje rumaremos para Curitiba e amanhã finalmente ao Rio. Falta pouco. Abraços.

30 janeiro 2007

O Casillero del Diablo!


No Chile os preços não são tão animadores quanto na Argentina, onde os preços estão cerca de 1/3 mais baixos em relaçao ao Real. No Chile o custo de vida é alto como no Brasil e a quantidade de dígitos inferniza a vida de quem já está acostumado com os poucos zeros da nossa moeda. Uma passagem de ônibus custa 360 pesos e paguei 1.300 pesos numa cerveja pequena! Ficar convertendo isso de cabeça enche a paciência, então bebo e depois entrego aquele bolo de dinheiro nas mãos do garçon, rsss.
Ontem, (sábado, 28/01) visitamos a vinha Concha y Toro (www.conchaytoro.com). Lá eles cobram a entrada, sao 6.000 pesos , o que dão uns 23 reais. Apesar de ter sido a única a nos cobrar entrada até agora, valeu a pena! O guia, como um professor atencioso, nos explicou toda a história da vinícola. Lá está localizada a mansão onde viveu o fundador da vinícola e que dá nome ao vinho mais importante da casa, o lendário Dom Melchor de Concha y Toro. A "casa" fica numa linda propriedade cercada por jardins e pelo vinhedo. Na visitação descemos ao assombroso Casillero del Diablo, que ainda funciona como cave e onde é contada a estória, com efeitos especiais, que dá nome ao local. Para proteger sua reserva especial de vinhos estavam sumindo misteriosamente, provavelmente roubada por vizinhos, Dom Melchor criou um boato de que a adega era habitada pelo "capiroto". Depois que a estória se espalhou não sumiu mais vinho do casillero!

O interessante é que no subterrâneo, que fica há 4 metros de profundidade, a temperatura se mantém constante a 13 graus, sem nenhum tipo de refrigeração artificial e nos constantes terremotos que a região sofreu nos últimos 120 anos a cave não sofreu nenhum dano. O lugar é realmente sinistro. Vá saber: coisas do Demo!


















Valparaíso e Viña del Mar.

Hoje, (Domingo, 29/01), rumamos para Valparaíso. O trajeto é de apenas 120Km e muito interessante pela percepçao geográfica de estarmos descendo, ao sair do Vale Central, onde fica a cidade de Santiago, em direçao ao litoral. Os dois conjuntos de montanhas, que separam Santiago do Pacífico, são atravessados por dois longos túneis. O trajeto é cortado por várias vinícolas, entre elas a famosa Morandé.

Valparaíso é uma cidade portuária, numa mistura de Santa Tereza com Zona Central do Rio de Janeiro (Santo Cristo, Saúde, Gambôa). O colorido dos casarões da década de 50 e a marca de trilhos nas ruas dão um certo charme à cidade. As casas empilhadas nos morros, lembram as favelas cariocas.

Apenas passamos para "ver" Valparaíso. Fomos direto para Viña del Mar (mais uns 8km). Viña, como chamam por aqui, é um dos balneários mais famosos da América do Sul e o mais importante do Chile. É aqui que no verão se concentram as celebridades do país. Realmente é uma cidade muito charmosa com aquela atmosfera de glamour. Os postes são enfeitados com vasos de flores e carruagens ao estilo europeu desfilam pelas ruas guiadas por condutores de fraque e cartola. Há um imponente casino-hotel em frente à praia,onde se vêem carros luxuosos estacionados.

Mas o litoral chileno, apesar da beleza, não possui aquela temperatura agradável do nosso litoral e poucas pessoas se arriscam a entrar na água. Isso porque a corrente fria de Humboldt ou simplesmente Corrente do Peru, torna as águas do Pacífico bem frias nesta região. Durante o dia, parece que tem um ar-condicionado ligado o tempo todo. A temperatura estava em 14 graus por volta de meio-dia, em pleno verão! À noite todos têm que colocar seu casaquinho. Faz aquele frio de serra.

Ficamos em um pequeno hotel chamado Andalué www.hotelandalue.cl. Bonitinho e simples. As acomodações nesta época do ano são caras e grande parte já está ocupada. Pagamos US$ 65 pela diária. Valeu pela piscina aquecida que tem no hotel. À noite demos uma volta pela orla e decidimos jantar no hotel mesmo. Não vale a pena, a comida não é legal. Só é interessante um crustáceo chamado el loco, uma boa sugestão de entrada sugerida pelo garçon.

No dia seguinte depois de um breve passeio pela orla e de algumas fotos retornamos à Mendoza. De Viña del Mar pegamos um caminho que vai direto a cidade de Los Andes, sem precisar passar por Santiago. Passamos pelo Valle de Aconcagua e visitamos duas viñas: a Errazuriz www.errazuriz.com, que produz o excelente Don Maximiano e tem um atendimento excelente. A Errazuriz tem vinhos premiados e se caracteriza pela pequena produção. A outra foi a von Siebenthal. www.vinavonsiebenthal.com, essa tem uma produção menor, com 27 ha e uma produção de pouco mais de 150 mil litros/ano. As duas possuem vinhos premiados e de excelente qualidade.

Uma das belas paisagens do Vale do Aconcágua.


Andes e Mendoza novamente.


Novamente apreciamos toda aquela maravilha da paisagem dos Andes. Com apenas um transtorno: já em território argentino não paramos na aduana antes de Puente del Inca por má sinalização e tivemos que voltar 17 km. Então depois que você receber o papelzinho da gerdanmeria argentina, fique atento e mesmo que não haja nenhum guarda sinalizando entre à esquerda na aduana alguns quilômetros depois para a verificação. Na ida, em direçao à Santiago você também precisa entrar. Não fizemos isso e na aduana no Chile nos perguntaram, mas acabamos sendo liberados.


Bom, mas o negócio é relaxar, já havia comprado três latas da boa cerveja Andes e não me aborreci. Nao existe melhor lugar para degustar uma cervejinha do que no alto da cordilheira. Pegamos até neve hoje. Lá as cervejas estão sempre geladas e não ficam escorrendo aquela agüinha chata. Estão sempre secas (antes e depois) e geladas! Acho que é por isso que gostei tanto dos Andes. Aqui minhas bebidas preferidas estão sempre na temperatura certa!

Punta del Inca.

Bom, já estamos em Mendoza e com almoço marcado na Vistalba (Carlos Pulenta). Depois daremos uma passadinha na Nieto Senetiner.

Abraços e depois escrevo mais.

O direito à cidade.

Santiago é uma cidade instigante. Apesar de ser uma grande cidade, com cerca de 6 milhões de habitantes (um pouco menos que o Rio de Janeiro), aparenta um ar de segurança. Os carabineros (temidos na era Pinochet), estão por todo lado, impecáveis e atentos com seus uniformes verdes. Dá pra perceber o caminhar tranqüilo e despreocupado das pessoas. Os jovens têm um jeito descontraído e irreverente, muitos deles com roupas e cabelos estilo dark. Sentados pelas portas dos prédios históricos ou deitados nas gramas das praças namorando, eles demonstram um certo ar transgressor. Traduzem o alto nível cultural e político respirado na capital do país mais politizado da América do Sul, terra de Allende e Neruda. É uma experiência e tanto caminhar ao longo da Paseo Ahumada em um sábado pela manhã. Ali você encontra de tudo: bandas de rock, grupos de música nativa, dançarinos de flamenco, apresentaçao de palhaços, estátuas vivas, imitadores de Elvis, ambulantes e muita, muita gente nas ruas. Há uma mistura saudável de famílias, turistas, homens e mulheres, de diferentes classes sociais.

Por onde passamos também na Argentina pudemos perceber que as pessoas saem das suas casas e vivem a cidade. É latente o comércio de rua em várias cidades da Argentina, cada vez mais raro nas cidades brasileiras, onde o comércio, a cultura e o lazer estão cada vez mais restritos aos shoppings, que de certa forma, são o retrato da nossa segregação sócio-espacial.
Nas grandes cidades brasileiras as pessoas têm se enfurnado cada vez mais nesses "espaços privados" em busca de segurança, mas também pra fugir da feiúra e do desconforto das nossas ruas e praças, maltratadas e inseguras.

Nossa elite, muito mais gananciosa e limitada culturalmente do que a dos nossos vizinhos, preferiu ao longo do tempo permitir este estado de coisas. Aí ela se tranca nos shoppings e nos espaços reservados da cidade e deixa as ruas e os guetos para os pobres e criminosos.

Aqui no Rio, temos a Barra da Tijuca, um "macaqueamento" de bairro moderno de país rico, porém envolto por favelas e miséria. Um bairro que é hostil ao pedestre, onde tudo foi criado para o deslocamento por automóvel. O único sinal da presença de pedestres são os pontos de ônibus, destinados quase que exclusivamente aos "prestadores de serviço", não-residentes no bairro e que vivem a quilômetros de distância da nossa "Miami", motivo de piada em outros países.


Enquanto vimos cidades vivas, alimentadas por ruas e praças pulsando de gente, vemos nossas cidades agonizando, vazias e gangrenadas pela sujeira e pela insegurança.


Apesar do Rio de Janeiro ser uma cidade que inspira este convívio, há muito já não percebemos este ambiente nas suas ruas e praças, infelizmente.

"Uma cidade não morre de vez. Vai morrendo nos que nascem quase mortos. Vai morrendo na fome dos que matam e morrem num círculo de extrema impossibilidade. Vai morrendo na mesquinhez dos homens que deveriam morrer. Uma cidade não morre de vez. Morre com os mangues do rio morto, afogando uma solidão que mata. Uma cidade não morre de vez. Morre com a morte dos que a sonharam viva."

José Mário Rodrigues

28 janeiro 2007

Caminho de Santiago!

Dia 25 - Saímos do hotel em Mendoza um pouco atrasados para ir à vinícola Vistalba, onde são produzidos os vinhos que dão nome à vinícola e os Tomeros, assinados por Carlos Pulenta. Acabamos desistindo (tentaremos visitar na volta a Mendoza). Decidimos ir direto para a visita com almoço marcada no Familia Zuccardi (www.familiazuccardi.com). Um trajeto que poderia ter durado uns 40min, transformou-se numa saga de 2h. Não é fácil circular entre Maipu e Lujan de Cuyo sem um guia. É tarefa pra quem tem paciência. Como já dissemos, a sinalização para as vinícolas é bem precária (com exceção da Finca Flichman e Carlos Pulenta, que espalharam plaquinhas pelo caminho).

Chegamos ao Familia Zuccardi e começamos com uma degustação. Experimentamos um sauvignon blanc, depois um pinot grigio da linha Innovacion, (ainda não é facilmente encontrado no mercado argentino e não disponível no Brasil, por ser experimental) e finalmente um tempranillo, todos da linha Santa Julia.
Depois de mais uma visita às instalações e explicações sobre o processo de produção dos vinhos, fomos almoçar no restaurante dos Zuccardi. O trajeto entre o local de visitação e o restaurante é super-interessante. Caminhamos entre os vinhedos de várias cepas, que são identificados por pequenas placas. Deu pra identificar bem as minhas uvas prediletas: a chardonnay e a malbec, inclusive a orgânica...). O atendimento do restaurante é de primeira e o menu degustação garante a harmonia entre os vinhos e a seqüência dos pratos servidos. Da entrada à sobremesa, passando pela delicadesa do chef, que vem à mesa para explicar a elaboração do que está sendo servido. Muito burguês né?

O delírio da paisagem dos Andes
Depois dessa experiência gastronômica imperdível, rumamos direto para Santiago. Já passava das 17h quando pegamos a estrada. Nunca vimos tanta beleza natural concentrada em tão curto trajeto (menos de 400 km). Era uma surpresa a cada curva. A combinação de montanhas, neve, rios e céu azul é fascinante. A exuberância e a pujança da Cordilheira dos Andes nos torna pequenos e frágeis diante de tamanha imponência.

Uma das belas montanhas da Cordilheira dos Andes.




No começo da noite, por volta das 22h (horário de verão aí no Brasil), resolvemos pernoitar num hostel (www.arcodelascuevas.com.ar), uma espécie de albergue da juventude. Aí foi outra experiência bem legal. Quem cuida da hospedaria são duas jovens super simpáticas, cuidadosas e inteligentes, elas são responsáveis por tudo: da comida ao conserto do chuveiro. Neste hostel o ambiente é bastante aconchegante, sem a formalidade dos hotéis tradicionais. O lugar é no meio do nada, fica na localidade de Las Cuevas, alguns quilômetros depois de Puente del Inca e há cerca de 2 km da fronteira com o Chile. Fica há 3.200 metros de altitude (lembrem-se que o ponto mais alto do Brasil é o Pico da Neblina, com 3.014 metros). Um frio danado! A temperatura nesta época é de 7 graus à noite e 12 durante o dia. Claro que aproveitei essa benesse da natureza para dar uma resfriadinha numa botella. Conhecemos neste hotel, uma simpatissíssima família brasileira que mora há 25 anos em Buenos Aires (na verdade o marido é argentino) e já nos convidaram para uma visita quando passarmos por lá. O cara faz malbec em casa, é mole? Já estamos programando o reveillon 2008 em Buenos Aires, rsss.
Na hora de dormir dá um certo mal-estar, uma certa ansiedade, devido à diferença de pressão e à menor quantidade de oxigênio. Mas o vinho ajudou a nossa adaptação à altitude. Sofia dormiu feito um anjo. Virgen de la Carrodilla (padroeira dos vinhedos deu uma ajudinha!



Dia 26 - Pela manhã, tomamos café e fomos visitar um ponto há 4.200 metros de altitude, chamado Cristo Redentor, onde há uma estátua, algumas poucas construçoes e lógico, uns perdidos malucos sempre vendendo alguma coisa. A "estrada-precipício", pontuada por acumulações de gelo começa ao lado do hostel e segue subindo por cerca de 9 km até um platô onde está demarcada a fronteira entre a Argentina e o Chile na Cordilheira dos Andes. Lá podemos ver a linha limite entre os dois países, as duas bandeiras, a estátua do Cristo e placas, na base da estátua, com mensagens reafirmando o compromisso de paz entre os dois povos, já que a "porrada" entre os dois países já aconteceu algumas vezes e quase rola de novo na década de 80 por conta de algumas ilhotas na fronteira sul, no Canal de Beagle
















(http://pt.wikipedia.org/wiki/Conflito_de_beagle).
Lá em cima respirar fica mais difícil ainda e não dá pra ficar muito tempo fora do carro, devido ao vento frio demais. Mas o visual é fantástico!!!





Descemos e percorremos 2 Km antes de atravessar um grande túnel que separa os dois países. No meio do túnel há uma placa dizendo: "Bienvenido a Republica de Chile".
Mais 4 Km e lá vem a burocracia para sair da Argentina e entrar no Chile. Mas estávamos com tudo em cima. Só é chato. Muito papel pra preencher e apresentar e toma-lhe carimbo. Além de uma revista minuciosa do controle sanitário do Chile, que fuça todos os carros pra ver se tem algum produto orgânico aberto, ou restos de comida, além de outras coisas que possam apresentar risco de contaminação. Mas tudo com simpatia e sem truculência. Deu tudo certo e começamos descer a cordilheira. Paramos pra almoçar no charmoso Hotel Portillo (www.chileanski.com/por/portillo), que é a hospedagem de uma famosa estação de esqui. Vale a pena parar principalmente devido a bela vista que o restaurante, com decoração britânica, tem para a Lagoa do Inca.



































A estrada do lado chileno nao é tao bem cuidada quanto o lado argentino...mas a paisagem é igualmente bela e a supresa, desta vez fruto da engenharia humana, fica por conta de los caracoles, uma descida com uma seqüência de curvas, margeada pelo rio Aconcagua.











Los caracoles.






Santiago

Em poucas horas (talvez duas e meia), chegamos à cidade de Santiago. O primeiro contato é um choque! Até porque vínhamos de uma cidade belíssima e que apesar do tamanho tinha um clima de tranqüiliade e organizaçao. Santiago, como toda metrópole, tem um trânsito congestionado, (os chilenos dirigem como loucos ao contrário dos educados argentinos.). Ambulantes pelas calçadas, vendendo helados (picolés) entre os carros, certo desleixo com a limpeza das ruas e com o tratamento dos parques e dos jardins. Além disso, a cidade está passando por uma grande revitalizaçao. Vemos por todos os lados anúncios de lançamentos imobiliários na área central. Rodamos um tempao atrás de um hotel e foi difícil visualizar um. Até estranhamos e ficamos um pouco aborrecidos. Mas como viagem de carro é assim mesmo, paramos numa lan house e pesquisamos um hotel interessante. Nos hospedamos no Hotel España (www.hotelespania.com). Trata-se de um belo prédio de arquitetura neoclásica. É antigo mas é confortável e muito bem localizado, na rua Morande, próximo ao Palacio de La Moneda e de todo o complexo de prédios históricos. Agora, o serviço do hotel é praticamente inexistente. Nao vendem nem água no hotel. Pedi uma coca-cola e tive que descer pra pegar. Daqui a pouco o recepcionista me veio com um copo de vidro cheio de coca-cola e que custava 500 pesos chilenos (cerca de R$2,00). Também nao há estacionamento. Apesar de anunciarem no site, eles te dao um papel com o logo do hotel para colocar no vidro da frente do carro e deixar na rua, numa vaga exclusiva do hotel. A diária para casal custa 50 dólares. No Chile aconselha-se pagar a estadia em dólar, pois há um desconto de 19% sobre a tarifa, que fica livre de impostos.
Não gostamos muito da cidade num primeiro momento, próprio de um primeiro encontro. Agora já estamos curtindo tudo por aqui. Jantamos ontem na zona boêmia de Santiago, o charmoso bairro Bella Vista. Lá se encontram bares e restaurantes para todo os gostos e idades.
Amanhã (hoje), faremos uma postagem sobre a cidade e sobre nossa visita à Concha y Toro. Hoje, dia 28 vamos à Valparaíso e Viña del Mar, no litoral pacífico e depois retornaremos à Argentina (talvez hoje ainda). Ficaremos em Mendoza mais um dia e depois seguiremos direto para o Rio, só parando pra dormir. Nossa viagem está chegando ao final.

25 janeiro 2007

Deus Baco estava do nosso lado hoje!!!!!!!!

Camaradas, podemos dizer hoje foi um dia maravilhoso (ontem dia 24). Tudo deu certo! Visitamos a Finca Flichman (www.flichman.com.ar) e o atendimento foi excepcional. Uma visitação particular para apenas nós três: um luxo! Tudo aquilo que criticamos nas primeiras foi corrigido na Flichman. Nossa educadíssima (e bela) guia, Laura nos conduziu às instalaçoes da bodega, nos explicou detalhadamente o moderno processo de produçao dos vinhos na Flichman (foi fundada por um russo, o que aumentou minha simpatia pelos seus vinhos. Hoje, pertence a um empresário português, que é um grande produtor de vinhos em Portugal e nos últimos anos incrementou e modernizou a empresa. Tudo é tecnologicamente controlado através do monitoramento de toda a cadeia produtiva por computadores. Desde a temperatura das caves ao clima via satélite...). É uma bela empresa.
Depois fomos à uma bodega (olivícola), que produz azeite de oliva, entre outros produtos em conserva, a Laur (www.laursa.com.ar), muito interessante. Lá pudemos entender como se produzem os diversos tipos de azeite.
Depois rumanos à Catena Zapata (www.catenawines.com). Outra sensaçao! A vinícola é um monumento arquitetônico. O acesso à Catena é bastante difícil. Só com muita paciência, abnegaçao, mamadeiras, dvd's infantis e disposiçao pra andar sem medo de errar caminhos. Nao existem indicaçoes por placas, pelo menos nao vimos. Fomos perguntando e conseguimos chegar. Tudo pelo Malbec! Melhor do que desembolsar cerca de 600 pesos com um guia. Mas valeu a pena! A vinícola Catena é lindíssima e muito original. Experimentamos e compramos o tal: melhor Malbec do mundo!!! (Angelica Zapata). Escreveremos mais daqui a pouco, temos muita coisa pra contar!
Uma vista do bela vinhedo da vinícola Catena Zapata.











Nesta foto, em descanso, os barris de carvalho "cheinhos" dos maravilhosos vinhos da Catena.













Eu e Sofia em frente ao prédio da Catena.














Cris e Sofia na adega da Catena.






Agora visitaremos a Carlos Pulenta e almoçaremos na Família Zuccardi. Dessa vez tudo reservado!!! rsss.
E ainda hoje iremos para Santiago do Chile. Abraços!

Abraços.

24 janeiro 2007

As primeiras bodegas...

Saímos novamente de carro pela manhã e fomos para Maipo. Esta localidade é melhor sinalizada e um pouco mais próxima do centro de Mendoza do que Lujan, (apesar dos dois "departamientos" serem localizados lado a lado). Fomos a Finca Flishman que fica há 28Km de Maipo e quando chegamos lá, advinhem? Estava fechada para visitação. A Flishman fica fechada dois dias e um deles foi exatamente neste dia, rsss. Decidimos então voltar para o hotel para que não perdêssemos o passeio da tarde às duas bodegas que havíamos marcado.

Geralmente as visitações são feitas em duas bodegas: em uma com uma produçao artesanal e outra com características industriais. Na verdade, nao vi muita diferenca entre as duas, pois possuem maquinário moderno, exportam, etc.

Primeiro visitamos a bodega "mais industrializada", chamada Weinert (www.bodegaweinert.com). Só na nossa van havia cerca de 10 pessoas (ingleses, mexicanos, mas a maioria de Buenos Aires) e na bodega tinha mais gente esperando para a visitação: uma "cabeçada", como se diz aí. Assistimos à explicação do processo de produção dos vinhos, diferenciando o processo de produção entre brancos e tintos, et tal. Nos foram mostrados os tonéis de fermentaçao, as barricas de carvalho para repouso e envelhecimento do vinho, a diferença entre o carvalho francês e o americano (na Winert se usa cerca de 80% de carvalhos franceses nas bodegas), etc.












Nesta vinícola, não visitamos os vinhedos, até porque nem todas estão juntas aos vinhedos. Inclusive muitas têm vinhedos em outras partes da Provincia de Mendoza, como San Juan e Tupungato. (Desculpem o didatismo, mas só para ficar claro, Mendoza é um Estado da federaçao, que na Argentina chama-se Provincia, sendo que a capital também tem o nome de Mendoza, como Rio de Janeiro, Sao Paulo, Cidade do México....).

Depois de toda a explicação, fomos para a etapa final e mais esperada: degustar o resultado de um trabalho tao duro, caro e apurado que é o de se produzir vinhos de qualidade internacional como os de Mendoza.

A degustaçao foi chula. A nossa guia nos ofereceu três pequenas provas: uma de chardonnay, uma de um carrascal (um corte de malbec, cabernet sauvignon e merlot), e um branco sem álcool, pode? Demos pra Sofia degustar o vinho! Ela adorou e agora também entrou na onda, já compramos até uma taça igual a nossa pra ela, que já faz pose, percebe os aromas, gira a taça e etc. Claro que tudo isso com sucos de maça e uva, rsss. Achávamos que poderíamos fazer grandes comparaçoes com vários tipos de vinhos, mas nao é bem assim.


De qualquer forma, vimos expostos na sala de entrada da bodega alguns quadros com reportagens sobre várias premiaçoes do malbec da Weinert. Inclusive eles exportam para vários países em todo o mundo, dêem uma olhada no site.

Seguindo os conselhos do nosso somelier Rafael Xavier, compramos um malbec 1997 para que possamos confrontar com um malbec mais jovem.

A segunda bodega foi a Lagarde, (www.lagarde.com.ar), essa a dita artesanal. Realmente era menor, porém o operacional era mais moderno (os rótulos, a apresentaçao das garrafas e inclusive a estrutura, vai entender! Era mais bonitinha e organizada. Mercedes nossa tourwiner, deu uma breve e rápida explicaçao. Nesta bodega, pudemos olhar os vinhedos, que sao uma pintura! Mas a degustaçao novamente deixou a desejar. Serviram-nos um Altas Cumbres da uva Viognier (um vinho branco), até interessante e um Lagarde Merlot , e só!
Acima uma vista do vinhedo da Lagarde.
Um detalhe do tradicional sistema de irrigação da Lagarde.
Abaixo Sofia colhendo pêras. Algumas árvores frutíferas, por serem plantas mais débeis, ou seja, vulneráveis às pragas, são plantadas junto aos vinhedos. Dessa forma, funcionam como um alarme para se evitar o ataque às parreiras.
Como já haviam nos falado, existem vários níveis de visitas. Nessas mais comuns, (em geral 30 pesos, uns 20 reais), a degustaçao é bastante simples. Nao te oferecem nem água entre um vinho e outro, que dirá um queijinho....As taças também deixam a desejar. Mas como nao saímos de Curicica pra penar aqui, temos feito nossas degustaçoes particulares aqui no hotel. Já compramos nossas tacinhas e frios especiais, rsss.





Curiosidades sobre a cidade de Mendoza: Além da visita às bodegas, a guia que estava na van (Marina), nos deu uma aula sobre vários aspectos da cidade durante o trajeto. Primeiro passamos pelo belíssimo Parque San Martin, o maior da cidade. Nao estamos exagerando. É espetacular!!!! Sinta-se na Europa! Para quem mora no Rio de Janeiro, imaginem um parque como a Quinta da Boa Vista multiplicado por cinco, sendo que tratado com todo o esmero. Em Mendoza existem dezenas de parques, todos eles muito bem cuidados. Levamos Sofia pra brincar aqui na Plaza Independencia em frente ao hotel e estava havendo um espetáculo de circo no anfiteatro da praça (tipo mambembe). A praça estava cheia e isto entre 21 e 22h. Nao havia um brinquedo quebrado. Aqui nao nao se percebe policiamento ostensivo. Com toda essa calma numa cidade de 1 milhao de habitantes, muitos argentinos acham que a insegurança é grande. Coitados, nao sabem o que é morar no Rio de Janeiro. Realmente Mendoza é apaixonante, nao apenas por ser a capital de uma provincia que produz um dos melhores vinhos do mundo, mas pela sua história, beleza e arquitetura.

Assim que chegamos, fomos dar uma volta pela cidade e fiquei preocupado com o tamanho das profundas canaletas, cortando lateralmente as calçadas e margeando as árvores (entre o meio-fio e a lateral da calçada). É assim em praticamente todas as ruas. Hoje pudemos entender esta engenharia da cidade. Devido à escassez de chuvas, (aqui chove cerca de 200mm/ano. Pra vocês terem uma idéia, no Rio a pluviosidade anual está entre 1500 e 2500mm anuais) a oferta de água em Mendoza e nos demais "departamientos mendocinos", obedece à relaçao entre as estaçoes climáticas e a oferta da água que desce dos Andes. Durante o inverno, a neve se consolida e há pouca água. No entanto, durante a primavera e principalmente no verao, o degelo da cordilheira brinda a regiao com uma grande quantidade de água. A companhia de águas daqui faz o manejo de toda essa água que desce da cordilheira. Durante a primavera e o verao a água vai sendo acumulada e vai sendo liberada aos poucos durante todo o ano para todo o sistema de consumo (populaçao, serviços, indústria, agricultura, saneamento, irrigaçao das árvores, etc...).














Fotos de um dique em Luján e uma amostra dos canais de irrigação.


MONDOVINO

Abordamos muitas quetões interessantes que envolvem a paixão pelo vinho. Mas não podemos esquecer que por trás de cada botella que degustamos existe um outro lado (e sempre existe!), que é importante explicitar. O trabalho de colheita das uvas (cosecha) é muito duro e por isso a contratação de mao-de-obra em Mendoza é muito difícil. Por esse motivo são contratados trabalhadores de outras regiões da Argentina, principalmente do norte (mais pobre e indígena) e de países vizinhos, principalmente bolivianos, que são mais baratos. A uva é colhida manualmente, (existem máquinas, mas elas afetam a qualidade dos cachos e aqui não tive notícia de vinícola que as utilizem. Devem utilizá-las nas "Bodegas Chalise no Brasil", rsss). Estes trabalhadores ganham cerca de 1,25 pesos argentinos (cerca de R$0,90) por carrone (não sei se é assim que se escreve, mas é uma espécie carroça com caixas que levam entre 20 e 30kg de uvas em cada caixa). Para que consigam encher cerca de 5 a 6 carroças dessas, eles têm que trabalhar cerca de 12 horas por dia.
Longe de ser hipócrita, acho que é uma observação necessária, já que apesar do todo o prazer que o vinho nos proporciona, devemos também perceber nos diversos aromas, taninos, estruturas, o suor daqueles que trabalham duro e talvez nunca possam degustar uma garrafa daquilo que ajudam produzir.

TOMAMOS UMA VOLTA!

Tomamos uma volta de dois argentinos canalhas. Na parte da manha, quando voltávamos para o hotel, para visitar as bodegas, paramos em um trailler chamado "La Virgen del Vale", para pedir informaçao sobre o caminho para Mendoza. O trailler fazia sanduíches de dois tipos, (lomo, como se chama aqui na Argentina, é uma espécie de bife de boi, fino e macio e o outro de uma lingüiça temperada. Isso acompanhado por ovo, queijo, maionese e o diabo). Os sanduíches eram enormes, mas enormes mesmo! Tanto que vi da estrada quando o cara entregou para o outro que estava comprando. Eu com minha tara por tudo que se pareça com x-tudo, cresci logo o olho. O trailler tinha umas cadeiras e mesas velhas que ficavam embaixo de umas árvores com um pequeno canal de água correndo ao lado (aqui você vê esses canais de águas límpidas por toda a parte). Era até simpático o lugarzinho na beira da estrada. Como nao tínhamos almoçado e chegaríamos ao hotel para o passeio, decidimos fazer daquele lanche nosso almoço. Nem perguntamos o preço. Imaginei que aquilo nao passaria de 3 pesos cada um e com mais uma coca-cola de 600ml saíria menos de 10 pesos. Tratava-se de uma espelunca no meio da estrada. Os dois caras que trabalhavam no trailler eram figuraças (tipo traficante colombiano vendedor de pó). Nos deram informaçao, falaram sobre as bodegas e foram super simpáticos. Entao pedimos dois sanduíches e uma coca-cola. Na hora da conta disseram que dava 30 pesos!!! Resultado: dançamos. Claro que nao custava aquilo. Mas também nao tínhamos muito o que fazer. O mole foi nao ter perguntado o preço antes....percebemos que os dois comemoravam se entreolhando, tipo: pegamos dois brasileiros otários....Entonce, mais uma dica....

Em compensaçao, jantamos num restaurante ítalo-argentino bem legal: o La Marchigiana, (http://www.marchigiana.com.ar/). Fica há três quadras do Hotel San Martin, uma bela casa....

Abraços,

Joao Henrique, Cris e Sofia.

22 janeiro 2007

As bodegas...

Bom, hoje acordamos, tomamos café e fomos atrás das tão sonhadas bodegas. Entramos no nosso "Palio Rublo" e rumamos em direçao à Lujan de Cuyo e Vale del Maipo (uns 20km e um calor do cão!), onde ficam bodegas famosas como a Catena Zapata, Norton, Nieto Senetiner, Carlos Pulenta, entre outras.
Surpresa desagradável! A sinalização para as vinícolas é muito insuficiente. Apenas algumas indicam a direção. Andamos um bom tempo perguntando a várias pessoas que não sabiam explicar muito bem onde ficavam as vinícolas. Na entrada de Lujan não vimos nenhum centro de informações turísticas e apesar do lindo caminho, (é fascinante: vinhedos pra todo lado, diques para controlar o fluxo das águas dos Andes, condomínios no entorno dos vinhedos numa paisagem semi-desértica tendo ao fundo a Cordilheira), as placas que existem são esparsas e depois se perdem.... rodamos pacas....
Conseguimos chegar primeiro ao Carlos Pulenta e estava fechada (na porta tinha um segurança que nos deu um folheto com um telefone para que "marcássemos uma visita". Depois fomos a Nieto Senetiner que só abriria duas horas depois.... A verdade é que pra visitar as vinícolas de forma independente é um pouco complicado. Praticamente todas as bodegas só aceitam visitas marcadas antecipadamente por telefone ou com grupos que vêm através de pacotes nas vans (cerca de PS$30 ou R$15 por pessoa), ou seja, a dica é: se vier pra Mendoza sem os famosos "pacotes", procure marcar antecipadamente as visitas às vinícolas.

Existem ainda programas interessantes como o Winebikes (passeio de bicicleta com degustaçao em várias vinícolas). Tem ainda um oferecido pela Winetours, (ao lado do restaurante Facundo) que custa US$95 e que dura o dia inteiro com degustaçao por várias vinícolas....toda em inglês (aí Rafa!!!....). Mas com a Sofia não dá. Eles nao aceitam crianças. Pena!!! Perderam meus dólares... Imagina a minha Sofi chorando e pedindo o mamá dela enquanto um mané norueguês "percebe uma nota de raposa mordendo pimentao verde, rssss) .

Brincadeiras à parte, esta degustaçao dá literalmente água na boca...deve valer cada centavo!

Amanhã à tarde faremos um passeio por duas bodegas: uma industrializada e outra artesanal. Esse passeio tá marcado pelo hotel, não tem erro, mas insistiremos sozinhos de carro em algumas vinícolas "preferidas", mas claro, ligaremos antes.

Independente dos problemas operacionais, estamos degustando por fora. Já detonamos umas 6 garrafas (fora as que já estao no estoque!) além de alguns "chorisos". Até agora todas elas, "las botellas" se comportaram mui bien!!!

Amanhã escrevo mais...tin tin!!!

Estamos em Mendoza...

Saímos hoje de Rio Cuarto, que fica há uns 500km, por volta de 12:30h e chegamos à Mendoza às de 17:30h.

Finalmente chegamos ao nosso primeiro destino antes do Chile! É um longo percurso, principalmente por conta da monotonia das estradas (rutas) que são praticamente todas retas, porém seguras. A grande cidade entre Rio Cuarto e Mendoza é San Luis, que fica há 250Km de Mendoza. O trajeto de San Luis até Mendoza é feito por uma autopista (parte duplicada) que corta uma paisagem semi-árida, com pouquíssimas construções. Vimos muitas e lindíssimas plantaçoes de girassol, soja e mais próximo a Mendoza oliveiras, plantações de frutas e claro, vinhedos. Pudemos vislumbrar ao fundo a impressionante e imponente Cordilheira dos Andes.

Ao chegarmos à Mendoza ficamos impressionados com a beleza da cidade. As avenidas são arborizadas e as belas árvores frondosas formam uma espécie de túnel verde que recai sobre as ruas nos revelando no alto, um estreito corredor, onde apreciamos um límpido céu azul. Por ser uma cidade muito seca e com grandes variaçoes de temperatura, as árvores ajudam bastante a amenizar a "hostilidade climática". Segundo um brasileiro que está morando aqui, todas as ruas são assim. Além disso, existem belas construções que combinam o cosmopolitismo da cidade com a harmonia da natureza. O desenho da cidade, a sua arquitetura, a expressão e o comportamento das pessoas, nos transmite a idéia da excelente qualidade de vida que a cidade oferece aos seus moradores e visitantes.

Os principais hotéis, bares e restaurantes se concentram próximo à Plaza Independencia (lindíssima!!!) . Tivemos a sorte de chegar no domingo. A praça é cheia de atividades artísticas (teatro infantil ao ar livre, feira de artesanato, etc.).

Bom, nem falei de vinho né? Acho que nem precisa, vocês já devem imaginar que maravilha está isso aqui! Tô na fonte! Estamos hospedados num hotel muito charmoso em frente a Plaza Independencia, chamado San Martin. Amanhã visitaremos duas bodegas...depois escrevo mais.

Abraços!!!

Dica: Se tiver com pouco combustível abasteça logo em San Luis (Posto Shell), pois o próximo posto está a cerca de 150km em direçao a Mendoza...

21 janeiro 2007

Quase em Mendoza...

Estamos há cerca de 500km de Mendoza. Viajamos umas 14 horas e chegamos a uma grande cidade chamada Rio Cuarto que tem cerca de 200 mil habitantes. Chegamos aqui por volta de 01:30h e a cidade estava fervilhando de gente pela rua.

As estradas novamente ajudaram muito. Sao excelentes!

Essa região tem na agropecuária a base da economia. Impressiona a organizaçao e a capitalização do setor agrícola por aqui. As plantações de soja, girassol, trigo, arroz e a criação de gado somem no horizonte deste misto de chaco e pampas. A maioria das cidades é pequena, porém demonstram excelente qualidade de vida. Ficam encravadas no meio das plantaçoes. Belo país!

Depois do estresse da fronteira, podemos dizer que os argentinos (pelo menos desta região do país) sao simpáticos e muito educados. A polícia (gendarmeria) também não perturbou mais, pelo contrário, nas únicas duas vezes em que fomos parados, os policiais ficaram mais curiosos e impressionados com a distância que percorremos do que interessados em averiguar documentos, nem pediram.

Se você não fez curso de espanhol (como a gente) e acha que dá pra se virar com o espanhol da CNN, esqueça. É difícil entender o que eles dizem e também para eles o que dizemos. Todo mundo aqui fala igual ao Tevez, rápido e enrolado, rsss.

Abraços.

20 janeiro 2007

Cerveja de 1 litro por R$2,00!!!

Amigos, neste momento estamos numa cidade chamada Resistencia que fica há cerca de 600km de Foz do Iguaçu. Tive que voltar hoje (ontem) pela manha em Foz pra comprar a tal da Carta Verde (um seguro do automóvel pra viajar pelos países do Mercosul, R$127,00 por 15 dias e R$188,00 por 30 dias). Se algum espírito sem luz disser que você pode comprar na Argentina que é mais barato não acredite. Compre logo no Brasil, senão vai pagar mico igual a gente. O serviço de controle de estradas da Argentina (gendarmeria argentina), enche a paciência, principalmente os próximos à fronteira, olham tudo e são super desconfiados, então vale a pena resolver tudo com antecedência antes de entrar no país.
A viagem até aqui é emoldurada por lindas paisagens. A estrada, quase retilínea segue a fronteira com o sul do Paraguai no sentido nordeste-sudoeste, seguindo o curso do rio Paraná, que marca a fronteira entre os dois países. Passamos por vegetações das mais variadas: floresta subtropical, coníferas, campos e uma grande área de chaco, espécie de pantanal que apresenta um complexo de tipos vegetais. Depois de uma torrente de 4 horas, o céu se abriu à nossa frente com um vermelho que parecia que o Sol estava incendiando as nuvens no horizonte dos pampas, um espetáculo! E isso por volta de 9 da noite!
Antes de chegarmos aqui passamos por uma cidade média chamada Posadas (há 300 km de Foz). Passamos por lá para trocar alguns dólares por pesos. Essa sim é uma dica importante: quando vier à Argentina, compre dólares no Brasil e troque por pesos argentinos aqui. Evite ficar sem pesos argentinos pelo caminho, porque os postos próximo à fronteira não aceitam cartão de crédito nem dolar e se você tiver que pagar com reais eles te cobram 1 por 1, o mesmo acontecendo nos pedágios, ou seja, você dança e nao há muito o que fazer.
Nos cerca de 600Km que percorremos hoje passamos por 3 pedágios (um pouco mais de 2 pesos cada um o que dá uns R$3,50 no total) e viajamos por estradas bem cuidadas e bem sinalizadas. Isso mostra que no Brasil somos realmente muito desrespeitados como contribuintes. Do Rio até São Paulo, num trajeto que tem um pouco mais da metade da quilometragem, pagamos quase R$40,00!!! É verdade que o câmbio está nos favorecendo, mas isso não explica tudo. Aqui enche-se um tanque com gasolina da boa (sem aquela mistura lixo da gasoba brasileira) por PS$ 80,00 (menos de R$60,00).
Bom...em matéria de câmbio tá melhor pra gente do que pros argentinos, estamos deitando e rolando. Como disse a Cris: "vira argentino, que agora é a nossa vez", rsss. Paro num posto de gasolina e pago numa cerveja de 1 litro (aqui tem dessa maravilha, Brahma, Heineken, Quilmes, Stella Artois....) PS$4 (R$2,80), uma barbada!!! Dá pra chegar num bom restaurante e comer sem susto. Além dos preços não serem exorbitantes nosso Real tá tirando onda por aqui. Os vinhos que nos aguardem, já bebi um Alamo (da Catena) Malbec num restaurante em Porto Iguazú por R$20,00 acompanhado por um chorizo (acho que se escreve assim), uma espécie de filé supermacio envolvido com bacon e coberto com molho à campanha, uma iguaria...
Bom deixa eu ir dormir, aqui agora sao 02:20h, uma hora a menos do que no Brasil. Amanhã vamos um pouco além da cidade de Santa Fe e certamente no sábado já estaremos em Mendoza...
Abraços e até!
Henrique, Cris e Sofia.
Ps.: Quanto aos litros de cerveja na estrada fiquem tranqüilos, quem dirigiu hoje foi a Cris, fiquei assistindo aos dvds do Jamelão e da Gal que meu camarada Rafa gravou pra gente, com direito a tira-gosto e tudo, rsss.

18 janeiro 2007

Estamos en solo de Che...

Compañeros, enfim, Argentina. Depois de uma saga na Polícia Federal, finalmente conseguimos pegar o passaporte e estamos na Argentina. Nao fosse a boa vontade do nosso compañero Rafa nao teríamos conseguido. Não andamos nada hoje, apenas atravessamos a fronteira e estamos em Puerto Iguazu, a primeira cidade após a aduana. Por sinal, bem simpática...porém nos hospedamos em uma espelunca que custa PS$120 (uns R$ 80,00). Mas amanhã logo cedo, pé na estrada...

Ah... e voltamos ao Paraguai pra trocar uma muamba que compramos. Fomos e voltamos duas vezes e nada de pedir-nos documentos...nem a aduana brasileira e nem os paraguaios (acho que nem existe, rss). Enquanto que para entrar na Argentina eles enchem a paciência, os vizinhos não estao nem aí!

Agora sairemos pra comer alguma coisa e quem sabe, degustar um vinhozinho. Em breve mais um pouco do nosso "Diarios de un Palio rojo".

Nota 10: Para o setor de passaporte da Polícia Federal de Foz do Iguaçu, pelo profissionalismo, agilidade e bom atendimento ao cidadao.

Nota 0: Para o mesmo setor da Policia Federal do Rio, onde impera a má vontade a ponto de se enrolarem pra passar um fax. Haja paciência Rafa!