30 janeiro 2007

O Casillero del Diablo!


No Chile os preços não são tão animadores quanto na Argentina, onde os preços estão cerca de 1/3 mais baixos em relaçao ao Real. No Chile o custo de vida é alto como no Brasil e a quantidade de dígitos inferniza a vida de quem já está acostumado com os poucos zeros da nossa moeda. Uma passagem de ônibus custa 360 pesos e paguei 1.300 pesos numa cerveja pequena! Ficar convertendo isso de cabeça enche a paciência, então bebo e depois entrego aquele bolo de dinheiro nas mãos do garçon, rsss.
Ontem, (sábado, 28/01) visitamos a vinha Concha y Toro (www.conchaytoro.com). Lá eles cobram a entrada, sao 6.000 pesos , o que dão uns 23 reais. Apesar de ter sido a única a nos cobrar entrada até agora, valeu a pena! O guia, como um professor atencioso, nos explicou toda a história da vinícola. Lá está localizada a mansão onde viveu o fundador da vinícola e que dá nome ao vinho mais importante da casa, o lendário Dom Melchor de Concha y Toro. A "casa" fica numa linda propriedade cercada por jardins e pelo vinhedo. Na visitação descemos ao assombroso Casillero del Diablo, que ainda funciona como cave e onde é contada a estória, com efeitos especiais, que dá nome ao local. Para proteger sua reserva especial de vinhos estavam sumindo misteriosamente, provavelmente roubada por vizinhos, Dom Melchor criou um boato de que a adega era habitada pelo "capiroto". Depois que a estória se espalhou não sumiu mais vinho do casillero!

O interessante é que no subterrâneo, que fica há 4 metros de profundidade, a temperatura se mantém constante a 13 graus, sem nenhum tipo de refrigeração artificial e nos constantes terremotos que a região sofreu nos últimos 120 anos a cave não sofreu nenhum dano. O lugar é realmente sinistro. Vá saber: coisas do Demo!


















Valparaíso e Viña del Mar.

Hoje, (Domingo, 29/01), rumamos para Valparaíso. O trajeto é de apenas 120Km e muito interessante pela percepçao geográfica de estarmos descendo, ao sair do Vale Central, onde fica a cidade de Santiago, em direçao ao litoral. Os dois conjuntos de montanhas, que separam Santiago do Pacífico, são atravessados por dois longos túneis. O trajeto é cortado por várias vinícolas, entre elas a famosa Morandé.

Valparaíso é uma cidade portuária, numa mistura de Santa Tereza com Zona Central do Rio de Janeiro (Santo Cristo, Saúde, Gambôa). O colorido dos casarões da década de 50 e a marca de trilhos nas ruas dão um certo charme à cidade. As casas empilhadas nos morros, lembram as favelas cariocas.

Apenas passamos para "ver" Valparaíso. Fomos direto para Viña del Mar (mais uns 8km). Viña, como chamam por aqui, é um dos balneários mais famosos da América do Sul e o mais importante do Chile. É aqui que no verão se concentram as celebridades do país. Realmente é uma cidade muito charmosa com aquela atmosfera de glamour. Os postes são enfeitados com vasos de flores e carruagens ao estilo europeu desfilam pelas ruas guiadas por condutores de fraque e cartola. Há um imponente casino-hotel em frente à praia,onde se vêem carros luxuosos estacionados.

Mas o litoral chileno, apesar da beleza, não possui aquela temperatura agradável do nosso litoral e poucas pessoas se arriscam a entrar na água. Isso porque a corrente fria de Humboldt ou simplesmente Corrente do Peru, torna as águas do Pacífico bem frias nesta região. Durante o dia, parece que tem um ar-condicionado ligado o tempo todo. A temperatura estava em 14 graus por volta de meio-dia, em pleno verão! À noite todos têm que colocar seu casaquinho. Faz aquele frio de serra.

Ficamos em um pequeno hotel chamado Andalué www.hotelandalue.cl. Bonitinho e simples. As acomodações nesta época do ano são caras e grande parte já está ocupada. Pagamos US$ 65 pela diária. Valeu pela piscina aquecida que tem no hotel. À noite demos uma volta pela orla e decidimos jantar no hotel mesmo. Não vale a pena, a comida não é legal. Só é interessante um crustáceo chamado el loco, uma boa sugestão de entrada sugerida pelo garçon.

No dia seguinte depois de um breve passeio pela orla e de algumas fotos retornamos à Mendoza. De Viña del Mar pegamos um caminho que vai direto a cidade de Los Andes, sem precisar passar por Santiago. Passamos pelo Valle de Aconcagua e visitamos duas viñas: a Errazuriz www.errazuriz.com, que produz o excelente Don Maximiano e tem um atendimento excelente. A Errazuriz tem vinhos premiados e se caracteriza pela pequena produção. A outra foi a von Siebenthal. www.vinavonsiebenthal.com, essa tem uma produção menor, com 27 ha e uma produção de pouco mais de 150 mil litros/ano. As duas possuem vinhos premiados e de excelente qualidade.

Uma das belas paisagens do Vale do Aconcágua.


Andes e Mendoza novamente.


Novamente apreciamos toda aquela maravilha da paisagem dos Andes. Com apenas um transtorno: já em território argentino não paramos na aduana antes de Puente del Inca por má sinalização e tivemos que voltar 17 km. Então depois que você receber o papelzinho da gerdanmeria argentina, fique atento e mesmo que não haja nenhum guarda sinalizando entre à esquerda na aduana alguns quilômetros depois para a verificação. Na ida, em direçao à Santiago você também precisa entrar. Não fizemos isso e na aduana no Chile nos perguntaram, mas acabamos sendo liberados.


Bom, mas o negócio é relaxar, já havia comprado três latas da boa cerveja Andes e não me aborreci. Nao existe melhor lugar para degustar uma cervejinha do que no alto da cordilheira. Pegamos até neve hoje. Lá as cervejas estão sempre geladas e não ficam escorrendo aquela agüinha chata. Estão sempre secas (antes e depois) e geladas! Acho que é por isso que gostei tanto dos Andes. Aqui minhas bebidas preferidas estão sempre na temperatura certa!

Punta del Inca.

Bom, já estamos em Mendoza e com almoço marcado na Vistalba (Carlos Pulenta). Depois daremos uma passadinha na Nieto Senetiner.

Abraços e depois escrevo mais.

Um comentário:

Anônimo disse...

Galera, como foi a experiência com a altitude? Bacana, né?! vc anda 5 mts e quer morrer! Fiz uma travessia a mais de 4 mil mts e outra a 3800...e sempre com variações de mais de mil metros no mesmo dia...interessante a diferença.

Pena vcs não terem gostado muito de Santiago. Tem áreas muito bacanas. Espero que tenham tido a chance de visitar o palacio de la moneda, que é bacana por dentro, e o mercadão.

Abraço e bom retorno.